A Associação Brasileira de Literatura Comparada tem a satisfação de anunciar à comunidade acadêmica o XIX Congresso Internacional ABRALIC a se realizar presencialmente em Manaus – AM, no período de 23 a 27 de junho de 2025. Com o objetivo de promover diálogos e discutir temas essenciais no âmbito da Literatura Comparada, convidamos pesquisadores e docentes da área a submeter propostas de Simpósios Temáticos (STs) a partir do dia 14 de novembro e até o dia 16 de dezembro por meio de nosso site e em conformidade com as normas dispostas nesta chamada.

CHAMADA PARA SIMPÓSIOS

Os eixos para os simposistas inscreverem os simpósios esse ano são os seguintes:

Neste eixo abre-se espaço para as investigações que revelam as articulações entre as políticas de promoção do livro e da leitura e a integração de ações de leitura no currículo escolar. A memória, a história e/ou as experiências individuais e coletivas em mediação de leitura. Apresentação de resultados de redes de agentes de literatura (escritores, professores, bibliotecários) sobre projetos, atividades, práticas e eventos. Questionamento sobre a identidade e a função da literatura pelo filtro da articulação entre sistema textual específico em que se configuram os elementos de recepção que a sustentam e legitimam. Reavaliação das práticas de leitura de literatura, com destaque para novas potencialidades quando introduzidas por meio das tecnologias.

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Neste eixo abre-se espaço para pesquisas que discutem a intrincada relação entre literatura, margens e fronteira. Recorrência nas verificações dos conceitos de nação e de região, diante da acentuação de peculiaridades locais. Abordagem acerca da necessidade de se estruturar uma “a nova ordem mundial [que] implica remapear as culturas do conhecimento acadêmico e os “loci” acadêmico de enunciação em função dos quais se mapeou o mundo” (Mignolo, 2003, p. 418). Pesquisas de natureza comparatista alinhadas ao redimensionamento das fronteiras geográficas, textuais e disciplinares, cujo locus enunciativo é o Sul do mundo. Percursos formais e/ou estruturais comuns à performance oral de narrativas e de outras formas de textualidade oral como provérbios, ditos, casos, canções, dentre outras.

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Percorrendo o globo terrestre desde as bacias hidrográficas que cortam as paisagens da Amazônia, que cartografias culturais podemos encontrar na literatura, em diálogo com as muitas geografias que caracterizam o globo? Partindo desse lugar central que a região amazônica tem ocupado, este eixo objetiva receber propostas de simpósios que contemplem o diálogo interdisciplinar, conceitos e categorias como território, fronteiras, ecocrítica, paisagem, espaço, lugar, cartografias, diáspora, para pensar formas culturais e imaginários (alternativos ou não) produzidos via literatura. Dito de outro modo, considerando o cenário global e as relações Norte e Sul ou Sul-Sul, o eixo busca estimular debates em torno de um questionamento fulcral: o que pode – para além de atitudes celebrativas ou de narrativas homogêneas que apagam das paisagens os povos, a luta de classes, os problemas de gênero, as culturas subalternizadas – o debate e a investigação literária frente a práticas predatórias, ultraneoliberais, frente a crises climáticas e humanitárias?

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Tema que vai, ao longo da segunda metade do século XX, tornando-se central em debates suscitados pelos estudos Pós-modernos, Pós-coloniais, Culturais, Subalternos e Decoloniais, a diversidade cultural segue como linha de investigação dos estudos literários e como demanda urgente das novas gerações. Considerando a relação entre os tempos e os espaços, notadamente os cenários que caracterizam eventos como o colonialismo, as independências e a ascensão de novos Estados-nação, mas também cenários de um mundo pós-Guerra Fria, assinalado por relações condicionadas pelas tecnologias digitais e pela inteligência artificial, uma reflexão permanece: o que a Literatura Comparada pode, entre as duas primeiras décadas do século XXI, agregar quanto a debates críticos que permeiam a diversidade cultural? Este eixo aceita, portanto, propostas que instiguem um pensamento atual em torno do tema, considerando, de modo especial, as complexidades políticas e econômicas que caracterizam as relações globais e locais no presente século.

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Neste eixo, espera-se reunir pesquisas que discutam o ensino de Literatura com a utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC), bem como a literatura em gêneros discursivos digitais e desenvolvimento e aplicação de tecnologias em pesquisas nos estudos literários. Os trabalhos podem versar tanto sobre os pressupostos teóricos sobre o uso de recursos tecnológicos em sala de aula para o ensino da literatura, bem como discorrer sobre possíveis estratégias de ensino de Literatura com a utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC), com base em orientações teóricas e legais, e também sobre o uso de tecnologias em pesquisas literárias, softwares, aplicativos, banco de dados ou técnicas em desenvolvimento ou já testadas. Espera-se o encontro de trabalhos que possam pensar este novo momento da literatura, destacando sua interface com as TICs tanto para pensar o ensino quanto o próprio fazer literário e para a pesquisa.

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Este eixo temático abrange discussões a respeito dos modos de inclusão das representatividades (étnica, etária, de classe, de necessidades especiais, de liberdade sexual, de identificações de gênero, de ecologia, entre outras) tanto nas línguas estrangeiras, indígena e portuguesa quanto na escrita literária, na inter-relação desta com as demais linguagens artísticas, bem como de seu acesso ao mercado editorial, com o propósito de acolher, destacar e compartilhar as experiências das vozes diversificadas e transgressoras dos personagens em situações de dominação em um sistema social. Para isso, acolhemos proposta de comunicação que tratem de obras literárias que reflitam sobre o tema junto com autores que o trazem para o centro do debate sob vieses variados, dentre eles a subalternização de que Gayatry Spivak trata, o saber ancestral apontado por Márcia Cambeba, ação do homem no século XXI, conforme Ailton Krenak, a biopolítica pensada por Michel Foucault, a profanação sob o olhar de Giorgio Agamben.

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Neste eixo temático, recebemos propostas de reflexões sobre diferentes formas de gêneros discursivos em línguas vernáculas e estrangeiras, sobre textos literários, em dinâmica comparada ou exclusiva, sob a luz de pensadores das inter-relações sociais no século XXI, entre eles Nestor Canclini, Stuart Hall, Mikhail Bakhtin e Peter McLaren, que apontam para a hibridação (conexões, desconexões e recomposições multitemporais) de elementos de culturas nos diferentes espaços sociais e das manifestações que se dão nas margens entre o que tem sido, ao longo dos tempos, considerado erudito e popular, ancestral e colonial, bem como daquelas que abrangem as linguagens canônicas entrelaçadas às tecnologias em vigor.

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Neste eixo, espera-se o encontro de estudos de Literatura Comparada compreendida para além dos limites disciplinares, da comparação de obras literárias de diferentes culturas e períodos históricos. Embora se espere a Literatura como objeto de análise, que vai além das fronteiras de um país, de tempo e de espaço, os argumentos da Literatura Comparada também levam às relações entre a Literatura e outras áreas do conhecimento (as Artes, a Filosofia, Linguística, a História, a Antropologia, a Sociologia, a Psicologia, a Geografia); que permite, seguindo os pressupostos de Remak (1980), encontrar semelhanças e diferenças entre obras de outras artes, analisando temas, estilos e técnicas utilizadas ou estabelecendo conexões interdisciplinares com outras áreas do conhecimento. Emergem dentro da Literatura dessas outras áreas de conhecimento estudos culturais, sociais e temas urgentes como interseccionalidade, feminismos, gênero, literatura negra, etarismo, tabus, infância.

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Os estudos de Literatura Comparada deste eixo devem discutir as teorias da Literatura e seus métodos, compreendendo o plural de teorias possíveis para a Literatura para o desenvolvimento das pesquisas na área. Não se deve buscar a afirmação da superioridade ou pequenez de uma ou de outra teoria, mas é preciso afirmar "a pluralidade para que apontam essas hesitações e, de outro, a imbricação entre as várias disciplinas que algumas dessas designações estão a indicar e, de outro, que essas disciplinas, como é comum no campo das ciências humanas, redefinem constantemente seus próprios estatutos e modificam frequentemente seus dispositivos teóricos” (Carvalhal, 1994, p. 10). Abre-se espaço para as pesquisas desenvolvidas em Programas de Pós-graduação e a Grupos de Pesquisa que afirmam métodos de teorias consagradas, que aproximam teorias e métodos e que desenvolveram ou desenvolvem novas teorias e métodos.

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As imagens fragmentadas do mundo contemporâneo solidificam na topologia do espelhamento movendo a engrenagem histórica e política, exarando o caráter interdisciplinar. Nesse sentido, os percursos da literatura contemporânea devem ser pensados na relação das imagens que entrelaçam, cindem e verticalizam com outras ramificações do conhecimento. Os elos estabelecem as compatibilidades e contrastes entre forças estéticas, tematizando a hipermodernidade, o sobrenatural, a ecocrítica, a tradução, interstícios plásticos do pensamento, o erotismo, a intensidade imagética e extemporânea, em consonância com o pensamento de Giorgio Agamben, abrindo espaço para a contestação política, pois as configurações atuais da literatura percebem as fissuras no corpo social. Enfim, o eixo 10 abarca o pensar nas particularidades das inter-relações fronteiriças entre as teorias estéticas da literatura contemporânea aliadas às ramificações de sobrevivência imagética.

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