Neste ensaio, deslindamos as relações que os filmes Hoje (2011) e Trago Comigo
(2016), da cineasta Tata Amaral, estabelecem com o amplo processo de normatização das
memórias sobre a ditadura militar no Brasil. Esse longo processo, conduzido durante o período
de redemocratização e além, compreende as interpretações dominantes sobre a “Lei da Anistia”,
de 1979, a promulgação da “Lei dos Mortos e Desaparecidos”, em 1995, a criação Comissão
Nacional da Verdade (CNV), em 2011, e sua atuação de 2012 a 2014, além das políticas
públicas de acesso aos arquivos de órgãos de repressão militares predominantes na legislação
brasileira.