Explorar a zona de irrepresentabilidade e incognoscibilidade das práticas artísticas,
independentemente da sua adesão às artes da palavra (o livro contra o Livro), às artes pictóricas
(o traço contra o desenho) ou as artes dramatúrgicas (a crueldade contra a encenação). Tendo
essas questões de fundo, propomos uma análise da produção final de Antonin Artaud, em
particular aquelas nas quais a produção de irrepresentáveis cria a possibilidade de escavar as
zonas indiscerníveis de contato entre textos distintos. Seu experimento é, dentre outros ao longo
do séc. XX, responsável por certa forma de pensamento da arte capaz de revitalizá-la, isto é, ao
explorar as zonas cinzas de contato resulta simultaneamente uma renovação das possibilidades e
práticas artísticas específicas.