Em A amiga genial (2011), primeiro livro da Tetralogia Napolitana, de Elena Ferrante,
para além da enunciação de uma narradora em primeira pessoa, o ethos construído funciona como
um jogo de espelhos nas interações entre as duas amigas protagonistas. Seguindo o conceito de
ethos debatido no livro Imagens de si no discurso: a construção do ethos (AMOSSY, 2013), isto
é, a representação de uma imagem de si que se relaciona com o objetivo do próprio discurso, a
pergunta que nos fazemos é: Que face vemos da Elena que escreve as memórias para impedir o
desaparecimento da amiga, e quem é essa amiga se não um reflexo de quem um dia ela foi?
Palavras-chave: Identidade; Literatura Contemporânea; Literatura Italiana; Elena Ferrante.