O artigo pretende analisar o modo como a memória é representada nos capítulos
“Cerbère” e “Sherazade” pertencentes à obra Sefarad (2003), de Antonio Muñoz Molina,
“categorizada” pelo autor como um “romance de romances”. Para abordar a construção dos
testemunhos ficcionais, será utilizada a noção de imagem, desenvolvida por César Guimarães
(1997), com o objetivo de elucidar o processo de reelaboração do passado traumático pelas
personagens: como as imagens se organizam para forjar um significado, quais delas são
recorrentes, quais foram borradas pelo tempo, quais receberam novos contornos por se
misturarem demasiadamente com o presente.
Palavras-chave: Muñoz Molina; Imagem; Memória; História; Guerra Civil Espanhola