A tentativa aqui é fazer uma leitura do romance Caro Michele (1973) destacando
a ausência como característica formal e como tema da narrativa. Para tanto, primeiramente
propõe-se relacionar a estrutura epistolar com uma ausência preliminar, tanto a colocada como
prerrogativa para a escrita de uma carta quanto a dos furos do gênero em razão dos cortes
realizados por um narrador onisciente. Em seguida, a partir de fragmentos das cartas que compõe
a narrativa, busca-se realizar a circunscrição de lugares vazios que colocam em questão as
temporalidades e as possíveis posições subjetivas perante a ausência de alguém amado.
Palavras-chave: Natalia Ginzburg; literatura italiana; literatura epistolar; ausência.