O propósito deste trabalho é o de analisar a afirmação de José Gil de que há
uma “teoria da individuação” na poesia de Alberto Caeiro. Pretendemos identificar na
obra poética de Caeiro a emergência de uma ideia comum aos pensamentos scotista e
ockhamiano: o singular. Acreditamos ser possível dimensionar a poesia do singular de
Alberto Caeiro no quadro ontológico esboçado pelo filósofo francês Alain Badiou. O
nosso objetivo é mostrar que se pode vislumbrar em Caeiro um pensamento que vai
além da dicotomia platônica uno-múltiplo, tomando-se o singular-plural como princípio
ontológico vigente na poesia caeiriana.