Em Body Work (1993), Peter Brooks afirma que marcas sobre um corpo implicam na
passagem dele para a escrita, tornando-se um corpo literário. Dentro das narrativas vampirescas,
o devir vampiro – um tornar-se liberto de códigos morais e éticos que norteiam o
comportamento humano – é usualmente precedido por inscrições nos corpos das vítimas, que
podem ser lidas em momentos-chave e são indicativas de um perigoso porvir. Este trabalho
objetiva observar o impacto de tais marcas em corpos femininos no romance Drácula (1897) de
Bram Stoker, que depõem sobre a escrita na carne como reveladora de verdades íntimas para
além do olho nu, trazidas à superfície através da figura do vampiro.
Palavras-chave: Vampiros na literatura; Bram Stoker; Drácula