Em 1964, Moçambique enfrentava o começo da guerra pela independência, mesmo
momento em que Luis Bernardo Honwana colocou no papel sua condição como sujeito póscolonial,
criando uma ruptura com a sua condição de subalterno. Ao aliar o testemunho da
situação em que o país se encontrava pré-independência com a descrição íntima da natureza
humana, Nós Matámos o Cão-Tinhoso representa o impacto de séculos de silêncio imposto
àqueles que tinham a vida vigiada pelo poder colonial. Através da análise de três contos – “Nós
Matámos o Cão-Tinhoso,” “As Mãos dos Pretos” e “Nhinguitimo” – se percebe a violência da
opressão colonial naquilo que os moçambicanos não conseguiam (nem podiam) dizer.
Palavras-chave: Literatura Moçambicana; Colonialismo; Luís Bernardo Honwana; Nós Matámos o Cão-Tinhoso