A leitura de romances como Um defeito de cor possibilita pensarmos sobre o conceito de
representação e problematizarmos os seus limites. Isso porque trata-se de uma narrativa que caminha
para o propósito de descolonizar a ideia tradicional de real. Poderíamos dizer, ainda de modo
superficial, que a representação que percebemos nesses romances está mais relacionada à ideia de
refração do real, fratura e perspectiva, um real multifacetado da cosmogonia africana. Mas ainda não
é só isso, então pretendemos verificar a possibilidade de conceber a ideia de que esse texto apresenta
uma perspectiva de real que não é exatamente a ideia ocidentalizada de real que conhecemos, isso se
justificaria porque esse romance parte de múltiplas bases epistemológicas, de “um outro
pensamento”.
Palavras-chave: Representação-efeito; literatura afro-brasileira; Ana Maria Gonçalves.