Tomando como ponto de partida as noções freudianas de "melancolia” (1917) e de
“inquietante" (1919), o presente trabalho pretende investigar a tensa representação de si na
escrita íntima de Lúcio Cardoso (1912-1968), compreendida no seu Diário Completo (1970).
Considerando o deslocamento e o desdobramento do eu, a escrita do diário cardosiano revela
uma tessitura marcada pela dor de existir e problematiza a si mesmo no enfrentamento da
melancolia.