As imagens da rua e da janela assumem significativa importância nas narrativas “O
telegrama de Ataxerxes” e “Viagem aos seios de Duília”, de Aníbal Machado. No primeiro
conto, o delirante Ataxerxes apresenta-se como certo tipo de flâneur, deslumbrado ante o
espetáculo das ruas. A lida com o signo linguístico representa o recolhimento e a pacificação
ante as dispersões do Rio de Janeiro. No segundo conto, a janela seria uma metáfora da
contemplação da vida mais do que da experimentação dela – atitude que também caracteriza a
melancolia do protagonista. Em José Maria, a dificuldade em lidar com o tempo se reflete no
descompasso entre a experiência com o tempo biológico e com o tempo existencial.
Palavras-chave: melancolia; tempo; fetiche; culpa; Rio de Janeiro.