Este trabalho procura observar os efeitos de distanciamento do teatro épico brechtiano,
presentes na peça Ana, Zé e os Escravos (1980) do dramaturgo angolano José Mena Abrantes.
Estes efeitos conferem a obra literária uma estrutura de revista, oportunizando cortes na
representação dramática, trazendo ao teatro vários “presentes históricos” de forma a apresentar
cada cena independente uma da outra. Nesta peça de teatro angolano, os efeitos de distanciamento
percebidos como recursos estéticos visam uma quebra da ilusão do palco teatral, abordando a
temática da escravidão com a pretensão de despertar junto ao público uma ação transformadora em
prol dos interesses sociais.
Palavras-chave: Literatura Angolana; Teatro Épico; Escravidão; Ana, Zé e os Escravos.