Nesta comunicação, proponho pensar em possibilidades de leitura de obras literária que não se
restrinjam à tradição hermenêutica e abram espaço para uma vivência afetiva da literatura, isto é, para
seus efeitos sensoriais, perceptuais e emocionais, a partir da configuração de um espaço híbrido na
consciência, em um imaginário somático e cinético. Para tanto, articulo a ideia de leitura como
experiência vicária, advinda da psicologia cognitiva, às noções de imaginário radical, de Castoriadis, e
consciência cinética, de Coetzee, para propor uma dimensão consciente em que os afetos, na leitura de
literatura, encontram seu lugar.