Este ensaio objetiva analisar, no conto “O ladrão” (2012), alguns traços do gótico na
escrita de Graciliano Ramos. Escolheu-se enfocar a alegoria como recurso figurativo de
desconstrução simbólica, evidenciando no conto a estratégia satírica do autor, no intuito de
posicionar-se intelectualmente. Evidencia-se, no texto, o modo narrativo de contraposição ao
símbolo cristão, ressaltando, no texto, as muitas maneiras estéticas que o discurso de matiz
alegórica pode adquirir. Frisa-se, ainda, a importância dada à obra O Casttelo de Otranto (1994),
de Horace Walpole, ficção fundadora, convencionalmente referida como pioneira do gótico
literário.
Palavras-chave: Graciliano Ramos; “O ladrão”; Traços góticos; conto brasileiro.