Partindo-se de questionamentos historiográficos como o de Hal Foster ou de reflexões
sobre escritas de si desenvolvidas por Diana Klinger, procura-se analisar dois romances do
escritor Ricardo Lísias: O céu dos suicidas (2012) e O divórcio (2013). Lísias encontra na escrita
de si formas de expressar o luto face ao suicídio de amigo querido ou efetivar a vendeta diante da
traição despudorada de sua mulher. O livro O divórcio tem grande repercussão não só pela
vinculação íntima à realidade dos fatos, mas também por consubstanciar uma performance de
autor: Lísias se escreve a partir do suposto diário da ex-esposa. O céu dos suicidas é uma narrativa
que propõe nova camada de sentido à indignação pela perda de ente querido que se matou.
Palavras-chave: Escritas de si; Romance brasileiro; Performance