O objetivo deste artigo é verificar como os diaristas se representam como
escritores em seus textos e, ainda, como vão representar a escrita do próprio diário e de
suas outras obras. A referência para esse estudo é o capítulo “Vidas de escritores”, do
livro O espaço biográfico, de Leonor Arfuch, em que a autora trata sobre o processo de
valorização da intimidade dos grandes escritores. Nesse contexto, a entrevista se destaca
e se institui como um dos principais canais de produção de imagens do escritor e de suas
obras. Dentre essas representações, Arfuch chama a atenção para dois momentos
recorrentes nessa prática cultural: a cena da escrita e a cena da leitura. Creio que seja
possível estender a fala da autora a outras formas de expressão do “eu”, inclusive ao diário
e, assim, tratarei, nesse momento, da cena da escrita e de seus possíveis desdobramentos.
Palavras-chave: Literatura brasileira; Escritas de si; Diário.