Bodenlos, uma autobiografia filosófica, é autobiografia póstuma de Vilém Flusser,
controverso pensador Tcheco que iniciou sua carreira no Brasil, país que o acolheu após fuga do
regime nazista, e tornou-se um reconhecido teórico dos novos meios de comunicação na Europa
dos anos 1980. Escrita durante 20 anos, a obra não segue a estrutura tradicional do gênero, de ser
uma narrativa retrospectiva de vida, geralmente linear e narrada em primeira pessoa do singular.
Dividida em quarto partes, Monólogo, Diálogo, Discurso e Reflexões, é escrita na forma de
ensaios e apenas a primeira se aproxima de uma autobiografia tradicional. As escolhas feitas em
Bodenlos afirmam uma singularidade apoiada no caráter produtivo da situação do exilado,
condição que elege como escolha de vida, e uma subjetividade marcada por contextos e escolhas.
Palavras-chave: Autofiguração; Ensaio; Vilém Flusser; Autobiografia