A partir do romance de Diamela Eltit Jamais o fogo nunca (2007), o presente trabalho
indaga de que maneira a narrativa literária intervém numa discussão que se insere no campo da
biopolítica, em torno do conceito de vida, discussão esta que atravessa os campos do direito, da
biologia, da medicina e da filosofia. No romance, a palavra "célula" que aparece repetidamente,
adquirindo diversas significações, é o ponto de partida para se pensar nas complexas
articulações entre o biológico e o político.