As referências à prática de Graciliano Ramos com a língua italiana são sempre
sugestivas. Em uma delas, Carpeaux declara que Graciliano aprendeu italiano para ler a Divina
comédia. Por outro lado, mesmo sem nenhuma pista registrada na fortuna crítica de Graciliano,
uma outra afinidade pode ser estudada: a dívida de expressão e de articulação de sua obra com a
de Giovanni Verga. Entre outros aspectos indicativos do vínculo, uma ponta de novelo
encontra-se na distribuição de classes do prefácio a I Malavoglia (1881). Mas mais significativa
pode ser a revolução formal que Giovanni Verga legou à literatura moderna com a onipresença
coral do discurso indireto livre na representação dos humildes sicilianos.
Palavras-chave: Graciliano Ramos; Giovanni Verga; I Malavoglia.