O recurso da citação sempre foi imprescindível para o desenvolvimento de um lógos capaz de se estabelecer explicitamente enquanto diálogo, não apenas com seu próprio tempo, mas com a tradição que o precede. Quer tenha sido movida por intenções agônicas, ou por uma reverência quase hierofântica com relação a determinados autores, toda a tradição epistemológica foi construída a partir do retorno às palavras de precursores eleitos para uma nova mise-en-scène. Revisitando certos casos clássicos dessa tradição – Homero, Platão e Aristóteles – pretendemos avançar as bases para uma teoria da citação que nos permita compreender o fenômeno também na contemporaneidade. Para isso, as reflexões de Derrida, Bennington e Compagnon serão referências a partir das quais leremos certas (des)leituras contemporâneas e refletiremos sobre uma (im)possível “ética da leitura”.
Palavras-chave: CITAÇÃO, ÉTICA DA LEITURA, (DES)LEITURAS CONTEMPORÂNEAS