A ironia romântica, conceito cunhado por Friedrich Schlegel, adquire contornos específicos conforme a época ou o uso que dele se faz. Tal conceito não se restringe temporalmente a um determinado período (o Romantismo), constituindo-se, portanto, como uma característica da literatura moderna. Mais do que uma estratégia literária, linguística ou discursiva, a ironia romântica schlegeliana é também considerada como uma visão singular de mundo pelo autor em sua relação com as personagens e sua obra, abrangendo também uma atitude diante da vida: uma transgressão que se manifesta no seio da própria linguagem literária. Em A Estátua Amazônica – comédia arqueológica, peça teatral de Manuel de Araújo Porto-Alegre, publicada em 1851, a ironia romântica se apresenta num jogo de dissimulações e numa visão de mundo do autor, como uma forma de expressão da literatura moderna brasileira.
Palavras-chave: A ESTÁTUA AMAZÔNICA, PORTO-ALEGRE, IRONIA ROMÂNTICA, FRIEDRICH SCHLEGEL