“Doidinho”, de José Lins do Rego, trata do período de internato de Carlos de Melo, protagonista dos romances do ciclo da cana-de-açúcar. Ao fim de Menino de Engenho, romance que o antecede, sua inspiração é explicitada: “Aquele Sérgio, de Raul Pompeia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio”. O correr de Doidinho, entretanto, apresenta Coruja, amigo de Carlos de Melo, sugerindo outra aproximação a ser explorada: a do romance O Coruja, de Aluísio Azedo. Os três romances têm em comum entrechos que expõem com o ambiente fechado da escola reproduz, de modo especialmente traumático, as relações patriarcais da sociedade brasileira. Como as representações das escolas se aproximam e onde se distanciam? Como José Lins se apropria da forma e da temática para construir seu internato?
Palavras-chave: ESCOLA, NATURALISMO, REALISMO, ROMANCE DE TRINTA