O trabalho apresenta uma proposta de análise dos Diários Completos de Lúcio Cardoso (1912-1968), publicados em 1970, sob a perspectiva de Ricoeur (2007), Lejeune (2014) e Dosse (2009), com o objetivo de investigar a construção de uma vida que se produz no limiar entre o real e o ficcional em um gênero, que, segundo nossa leitura, transborda o status autobiográfico e constitui literatura no conjunto da obra do autor. Consoante com o projeto estético de Cardoso, que, desde sua estreia em 1934, faz de sua literatura território da escrita de si, o estudo se debruça sobre uma literatura que se faz sob o invólucro da escrita íntima tecendo uma vida inventada nos limites da palavra.
Palavras-chave: LÚCIO CARDOSO, DIÁRIO, AUTOBIOGRAFIA, ESCRITA DE SI