Pelo contraste estético entre o esboroamento e a nitidez de reminiscências em “Que cavalos são aqueles que fazem sombras no mar?”, de Antonio Lobo Antunes e nos poemas Lisboa; “Navegavam sem o mapa que faziam”; “Difícil é saber de frente a tua morte”; “Eu vos direi a grande praia branca”; “Vi as águas os cabos vi as ilhas”, de Sophia de Mello Breyner Andresen essa comunicação vislumbra analisar certa topografia da ruína que se perfaz diante de uma linguagem espectralizada em Lobo Antunes e sob a mineralidade do signo em Andresen. Da partilha de lutos, de conflitos e de paisagens que estilhaçam, centralizam, focos narrativos pensar a plasticidade e a radicalidade de obras que investem em uma relação de atração e risco entre literatura e filosofia na construção nostálgica de um Portugal mítica.