Esse trabalho comentará a passagem na terceira parte de Triste fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto em que o narrador comenta sobre a “moda da bala” no público do Rio de Janeiro durante o conflito da Revolta da Armada (1893-1894). A diferença de outras passagens, ficções e crônicas do escritor, esse fragmento de obra, publicado em 1911, é um procedimento textual que vai representar literariamente o fetiche da mercadoria de guerra, a sua reprodução técnica e o efeito de espetáculo que opera nas massas. Por um lado, o autor se antecipa duas décadas de maneira incipiente à formulação da reproductibilidade de Benjamin (1936), figura da Escola de Frankfurt. Por outro, a força crítica do procedimento textual constitui uma forma discursiva própria da modernidade (produzida pelo escritor profissional) que questiona negativamente essa modernidade (que visava o progresso nacional) na Belle Époque carioca situada na periferia latino-americana.
Palavras-chave: LIMA BARRETO, MODERNIDADE, GUERRA, BELLE ÉPOQUE