Anais
RESUMO DE ARTIGO - XV ENCONTRO ABRALIC
DAS MÍDIAS SOCIAIS PARA AS PÁGINAS IMPRESSAS: OS MICROCONTOS DE ALEX EPSTEIN
LEOPOLDO OSORIO CARVALHO DE OLIVEIRA
Nascido em 1971 na cidade russa de Leningrado, atual São Petersburgo, Alex Epstein imigrou para Israel no ano de 1980, aos nove anos de idade, estabelecendo-se com sua família na cidade de Lod. Epstein começou sua carreira literária em 1992, com o livro de poesias “Escrevo Leningrado e Outros Poemas”, e desde então já publicou novelas, romances, contos e crítica literária. O ano de 2012 foi um divisor de águas em sua carreira ao lançar via rede social Facebook o livro de microcontos “Para a Próxima Mágica Vou Precisar de Asas”. Originalmente, a obra contém 88 microcontos, que podem variar em extensão de 3 linhas a uma página inteira. Sua edição impressa conta com 111 microcontos. Desde então, todos seus livros posteriores são primeiramente lançados em edição digital, podendo ou não serem lançados em forma impressa. Como “teaser”, o autor publica fotos de microcontos selecionados em seu perfil no Facebook e os leitores podem comprar os livros via internet em formato pdf e e-book. Epstein também comercializa microcontos escritos a mão, em papel especial, com desenhos nas margens e emoldurados em madeira, borrando assim as fronteiras entre literatura e artes visuais. A partir da análise destes microcontos, de seu suporte “material” e da forma como os mesmos são divulgados, esta comunicação pretende refletir sobre o impacto das novas tecnologias no fazer literário, na sua linguagem, na sua relação com as demais artes e, fundamentalmente, nos novos paradigmas que passam a reger a relação autor-obra-público leitor em um mundo tornado sem fronteiras pela disseminação das redes sociais. Tentar-se-á colateralmente refletir sobre os prováveis motivos que levam a que determinadas obras sejam lançadas também em formato impresso, além da inevitável necessidade, ou não, de sua tradução para leitores que não dominam o hebraico; uma vez que a comercialização de microcontos em formato de quadro permite ao público não-leitor de hebraico apenas usufruir da beleza do grafismo do alfabeto hebraico cursivo, das ilustrações que margeiam o texto e das texturas do papel e da madeira, tornando-os, assim, uma autêntica obra de arte visual, que em determinada medida dispensa a priori o seu entendimento linguístico.
Palavras-chave: MINIMALISMO, FACEBOOK, MICROCONTOS
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