O artigo busca refletir sobre as transformações da representação da nação na literatura brasileira moderna - em especial em textos publicados no Suplemento Literário de O Jornal, na década de 1930 - e na contemporânea. Procurou-se mostrar a passagem de uma literatura voltada para a denúncia das injustiças sociais, através do relato realístico, para uma literatura mais cosmopolita, na qual a nação deixa de ocupar o centro de um sistema de significação. Ainda assim, percebe-se que, embora a reflexão sobre a nação não ocupe um lugar central, ela ainda é reelaborada. A estrutura realística de ler a sociedade, baseada na clareza e na crença no progresso cai por terra. A realidade danificada pela experiência das catástrofes do século XX, impossibilita narrar / representar a nação enquanto totalidade. A consciência da miopia contida nas ideias totalizantes, faz com que autores contemporâneos busquem formas de representação da realidade mais inspirados nas ideias de história plural, tempo heterogêneo, hibridismo, performance, simultaneidade, representação das minorias. A fragmentação é a linguagem eleita para dar conta da implosão da antiga unidade ideal da nação.
Palavras-chave: Brasil. Literatura brasileira. Nação. O Jornal. Modernidade. Contemporaneidade.