MOVIMENTO, TRÂNSITO E DESLOCAMENTOS

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A Literatura Comparada como lugar comum

Laura Taddei Brandini (UEL)

Mais do que um termo, uma expressão ou uma imagem banais, proponho que se entenda o lugar comum como um lugar de encontros, a fim de se pensar na Literatura Comparada como um espaço de acolhimento e de debates não só de textos, em seu sentido amplo, mas também de teorias, conceitos, ideias e ideais. Levada pelas mãos de Antoine Compagnon, procurarei evidenciar como o lugar comum da antiga retórica, revitalizado no século XIX francês pelo crítico Ferdinand Brunetière, representa o espaço comparatista desde o estabelecimento da disciplina, no século XIX, até o momento presente. A Literatura Comparada é vista, portanto, como propiciadora de encontros os mais variados com a História, a Linguística, as Artes, as Ciências, as minorias sociais, o Pós-Colonialismo, as Traduções, renovando tudo o que passa por essa disciplina-lugar.

Laura Taddei Brandini tem mestrado em Literatura Francesa (USP) com dissertação sobre a presença francesa nas crônicas de Tarsila do Amaral; Diplôme d’Études Approfondies (DEA) em Literatura e Estética (Universidade de Genebra), com trabalho sobre o humanismo de Sérgio Milliet em seu Diário crítico, fundamentado em obras francesas de Sartre, Anouilh e Breuil, dentre outros; doutorado em co-tutela (USP e Universidade de Genebra) sobre a recepção à obra de Roland Barthes no Brasil. Em 2014-2015 fez pós-doutorado na Sorbonne, tendo desenvolvido pesquisa sobre as relações da obra de Barthes com o Oriente. É professora de Literatura Francesa na Universidade Estadual de Londrina, além de membro do Programa de Pós-Graduação em Letras da mesma universidade. É autora de Crônicas e outros escritos de Tarsila do Amaral (2008) e de Roland Barthes no jornal O Estado de S. Paulo 1953-2013 (2015), organizadora de Brasil e França: Laços Literários (2015), Roland Barthes Plural (2017) e Novamente Roland Barthes (2018). Traduziu Literatura para quê? (2009), Os Antimodernos (2011), A Era das cartas (2019) e Uma Questão de disciplina (2020), obras de Antoine Compagnon. Atualmente, seus interesses se dirigem tanto para as relações da obra de Barthes com o estrangeiro, quanto para o olhar estrangeiro de Gilles Lapouge sobre o Brasil.

 

Palavras deslocadas: literatura comparada, cartas e intimidade

Maria Cândida Ferreira de Almeida (Universidad de los Andes)

Este trabalho é sobre as cartas, diários, a vida privada tornadas públicas por distintas razões: por serem famosos ou anônimos de suposto interesse público. Com o pretexto de preservar a palavra íntima de ilustres personagens ou pessoas anônimas, ou torná-las públicas convido a reflexionar sobre a vida privada que por algum motivo se tornou uma fonte de literatura.

Maria Cândida Ferreira de Almeida é professora de Literatura e Teoria Literária na Universidade de los Andes (Bogotá). Publicou os livros: Tornar-se outro: o topos canibal na literatura brasileira (Annablume, Brasil, 2002); Ler em cores: ensaios de interpretação racializada (menção no Prêmio Casa de las Américas 2008; Intermeios, Brasil, 2011); Encajes éticos, étnicos y estéticos: arte y literatura de negros (Uniandes, Colombia, 2017). Organizou os livros: Escribir al otro: Alteridad, literatura y antropologia e Pensar el Brasil hoy: Teorías literarias y crítica cultural en el Brasil contemporáneo, ambos de 2013. Atuou como professora visitante nas Universidades de Salamanca (Espanha), UASB (Ecuador), UFBA e PUC-RJ (Brasil), UPTC e UIS (Colômbia). Trabalha no grupo Estudos Comparados de Artes que está dedicado às pesquisas comparadas entre literatura e artes visuais, e têm como eixos transversais experiências e investigações interseccionais; orienta projetos que pesquisam sobre etnicidade, gênero e diversidade psicobiológica nas artes em iniciação científica, mestrado e doutorado.

 

Surrealistas en el exilio

Ruben Daniel Mendez Castiglioni (UFRGS)

En el pasado siglo cientos de miles de españoles tuvieron que abandonar su país. Algunos  consiguieron exiliarse en tierras americanas — y muchos de ellos se volverían “transterrados”. México, Venezuela, República Dominicana, Chile, Argentina y Uruguay dieron refugio a muchos vascos, gallegos y canarios. En el libro Españas de 1939 en las Américas, José Maria Naharro-Calderón (1991) apunta que fueron los españoles más brillantes después del Siglo de Oro y que mucho influenciaron al continente americano. Algunos de ellos eran surrealistas, como por ejemplo, Eugenio Granell y Luis Buñuel. Esta comunicación hará referencia a estos dos importantes autores — principalmente al menos conocido. Granell fue escritor, músico, pintor y profesor. En los años treinta, publicó sus primeros textos en las revistas Nueva España y PAN y realizó diversas actividades políticas. A raíz de eso, en 1941 tuvo que exiliarse en la República Dominicana, dónde vivó hasta 1946 y dónde conoció a André Breton, interesándose profundamente por el surrealismo. Las amenazas a su vida le obligaron a irse de ese país rumbo a Guatemala, después, a Puerto Rico y, finalmente, a Nueva York. En Estados Unidos escribió su tesis doctoral y fue profesor universitario. Regresó a España después de más de 40 años, en 1985. En el exilio Granell hizo una gran cantidad de obras que lamentablemente son poco estudiadas. La intención de este trabajo es continuar presentando los resultados de la investigación desarrollada en la Universidad Federal de Rio Grande do Sul sobre autores surrealistas exiliados y sus producciones artísticas y literarias. 

Ruben Daniel Mendez Castiglioni é Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, atuando na graduação e pós-graduação. Dedica-se aos estudos de literatura, principalmente nos seguintes temas: literatura e história, vanguardas e modernidade e Literatura e Direito. Dedica-se também a atividades de tradução e versão em espanhol e português, principalmente textos literários e jurídicos. É bolsista de produtividade em pesquisa.

Mediação: Andrei Cunha (UFRGS)

 

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