ORIENTAÇÃO: Deborah Walter de Moura Castro

RESUMO: A literatura de horror nos apresenta constantemente figuras interessantes e medonhas que, ao longo de séculos, perpassam o imaginário de pessoas de todas as idades. Estas criaturas podem ser reconhecidas como monstros se corporificarem “tudo que é perigoso e horrível na experiência humana” (JEHA, 2007). Indo mais além, os monstros, ainda segundo Jeha (2007), representam metáforas culturais. A partir daí é que se inicia nosso estudo: não temos uma palavra em português que se flexiona em gênero para indicar um monstro que apresente características do gênero feminino. No entanto, encontramos figuras literárias que podem facilmente ser chamadas de “monstras”. Esta pesquisa busca apresentar aspectos capazes de definir uma “monstra” por meio da análise comparativa de duas obras inglesas destinadas ao público infantil e infantojuvenil, um conto e um romance, respectivamente: “The New Mother” (1882), de Lucy Clifford, e "Coraline" (2003), de Neil Gaiman. Mediante o estudo acerca das personagens “nova mãe” e “outra mãe” – distantes mais de um século uma da outra – buscamos demonstrar atributos monstruosos ligados, especialmente, aos aspectos femininos das figuras, seja no tocante aos papéis sociais preestabelecidos, seja no tocante à aparência física, bem como às funções maternas exercidas por ambas as “monstras”. Ao mesmo tempo, procuramos problematizar as metáforas culturais que se encontram por trás das figuras monstruosas representadas como entidades femininas ou com traços de feminilidade.

PALAVRAS-CHAVE: literatura de horror; literatura inglesa; monstros literários; feminino na literatura.

REFERÊNCIAS: CLIFFORD, L. L. The New Mother (and other stories). Oneiros Books, 2012. GAIMAN, N. Coraline. Nova Iorque: HarperCollins, 2012. JEHA, J. (org.). Monstros e monstruosidades na literatura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.