ORIENTAÇÃO: Nicia Petreceli Zucolo

RESUMO: A ditadura militar que se instaurou no Brasil durante o período de 1964 a 1985, atingiu diversas famílias não apenas pelas restrições impostas à população, mas principalmente pelo desaparecimento, tortura e morte de inúmeras pessoas que optaram por resistir aos ditames dos governantes da época, configurando um momento de extrema violência, opressão e repressão. Tal contexto é abordado, de forma breve, porém assertiva, no segundo romance de Martha Batalha, Nunca houve um castelo (2018), no qual têm-se a figura de Odete, mãe de um prisioneiro político, que luta para obter notícias e conquistar a liberdade do filho detido em uma das unidades do DOI-Codi. A partir do referido recorte na obra de Martha Batalha, pretende-se explanar sobre a resistência das mães de prisioneiros da ditadura de 64 e sobre as mudanças que ocorreram em seu cotidiano no momento em que souberam do aprisionamento de seus filhos. Para tanto, utilizou-se como aporte teórico o artigo Paternidade, maternidade e ditadura: a atuação de pais e mães de presos, mortos e desaparecidos políticos no Brasil (2013), do doutor em História Vanderlei Machado - no qual o pesquisador disserta sobre a atuação dos pais de militantes da esquerda para denunciar as atrocidades cometidas pelos agentes da repressão - com a finalidade de contrapor os relatos contidos em seu estudo ao fragmento do texto literário em questão.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura brasileira; ditadura; autoria feminina; Martha Batalha; mães de prisioneiros.

REFERÊNCIAS: BATALHA, Martha. Nunca Houve um Castelo. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. MACHADO, Vanderlei. Paternidade, maternidade e ditadura: a atuação de pais e mães de presos, mortos e desaparecidos políticos no Brasil. História Unisinos, vol. 17, n. 2, p. 179-188, maio/ago. 2013.