ORIENTAÇÃO: Regina Michelli

RESUMO: Como afirmou o célebre autor Franz Kafka, em uma carta a Oscar Pollak, um livro precisa ser como um machado que rompe com o mar congelado que existe dentro de cada ser humano. Kafka, sem dúvidas, não poderia ter sido mais certeiro em sua afirmativa, quando declara que a literatura tem o poder de desestabilizar, sensibilizar, atingir, impressionar, mover aquele que a conhece e experimenta da sua magia. O estranho, o fantástico e o maravilhoso fazem parte de diversas obras, como Nanook (2006), livro juvenil de Gustavo Bernardo, objeto de estudo do presente trabalho. Partindo de discussão proposta pela professora Marisa Martins Gama-Khalil (2013) sobre o fantástico como modo ou gênero, a pesquisa objetiva explicitar a construção do fantástico na obra de Gustavo Bernardo, o que se evidencia por meio de alguns procedimentos narrativos, elencados pelo teórico Remo Ceserani (2006). Nanook aborda situações insólitas, envolvendo um médico psiquiatra, um jovem paciente e seus familiares, tendo por ambiência principal a clínica psiquiátrica e a cidade, em meio a mudanças climáticas que trazem um frio completamente inexplicável. A narrativa adensa-se à medida que o leitor avança na intriga, e o teor dos acontecimentos que acompanham o desenrolar da história justificam a abordagem teórica fantástica assumida por essa pesquisa.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura infantojuvenil; Nanook; fantástico.

REFERÊNCIAS: BERNARDO, Gustavo. Nanook. Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2006. CESERANI, Remo. O Fantástico. Trad. Nilton Cezar Tridapalli. Curitiba: UFPR, 2006. GAMA-KHALIL, Marisa Martins. “A Literatura Fantástica: Gênero ou Modo?” Terra roxa e outras terras - Revista de Estudos Literários. Volume 26, 2013.