ORIENTAÇÃO: Nicia Petreceli Zucolo

RESUMO: Durante a ditadura militar de 1964, surgiram grupos de resistência armada que se posicionaram e lutaram contra o regime autoritário que havia se instaurado na época. Entre esses grupos, destaca-se o que lutou em Araguaia. O episódio, conhecido como Guerrilha do Araguaia, foi duramente reprimido pelos militares e computou um saldo de pelo menos 70 pessoas mortas ou desaparecidas. É neste cenário que se ambienta o romance Palavras Cruzadas, de Guiomar de Grammont, publicado em 2015, o qual será objeto deste estudo. Com este trabalho, pretende-se evidenciar no romance a questão que gira em torno dos desaparecidos políticos durante a Guerrilha do Araguaia, bem como destacar o drama vivido pelas famílias por conta do silêncio acerca do que aconteceu com seus familiares e a consequência direta dessa falta de respostas. Para tanto, será utilizado como aporte teórico o artigo intitulado "O processo de acerto de contas e a lógica do arbítrio", de Glenda Mezarobba, constante no livro O que resta da ditadura: A exceção brasileira (2010), organizado por Edson Teles e Vladimir Safatle, o qual reúne uma série de outros ensaios sobre a temática.

PALAVRAS-CHAVE: Guerrilha do Araguaia; desaparecidos; ditadura militar; abuso de poder; violência.

REFERÊNCIAS: GRAMMONT, Guiomar de. Palavras Cruzadas. 1ª Ed.- Rio de Janeiro: Rocco, 2015. MEZAROBBA, Glenda. O processo de acerto de contas e a lógica do arbítrio. In: TELES, Edson e SAFATLE, Vladmir. O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010. p.109 -119.