ORIENTAÇÃO: Joelma Rezende Xavier

RESUMO: Este trabalho objetiva analisar a construção espacial na obra Desde que o samba é samba, narrativa escrita por Paulo Lins (2012). O romance, ambientado no Rio de Janeiro da década de 1920, reproduz, por meio da ficção, os florescimentos do gênero musical Samba e da Religião Umbanda, constituintes culturais que contribuíram para a formação urbana carioca e também para uma memória cultural brasileira. Nesse período, marcado por constantes mudanças na capital da República, a qual visava seguir padrões europeus de modernidade, o Samba e a Umbanda foram elementos sociais ligados à resistência de uma população marginalizada, composta predominantemente por negros que vivenciaram o período colonial e pós-colonial. Samba e Umbanda, naquela época, foram componentes culturais que influenciaram o espaço, assim como os sujeitos que vivenciaram a origem desses fenômenos da cultura brasileira. Por meio de pesquisa a acervos fotográficos e a partir das discussões de Brandão (2013) acerca das teorias do espaço, Lima (1981) sobre a mimesis, Cândido (1970) a respeito da tensão entre o real e a ficção, dentre outros, este estudo (em desenvolvimento) estuda a interação entre espaço urbano e memória cultural na elaboração ficcional da narrativa de Paulo Lins.

PALAVRAS-CHAVE: espaço; ficção; samba; religião; Desde que o samba é samba.

REFERÊNCIAS: BRANDÃO, L. A. Teorias do espaço literário. São Paulo: Perspectiva; Belo Horizonte: FAPEMIG, 2013. CÂNDIDO, A. A dialética da malandragem. (Caracterização das “Memórias de um sargento de milícias”). in: Revista do Instituto de estudos brasileiros, nº 8, São Paulo, USP, 1970, p. 67-89. LIMA, L. C. Dispersa demanda: ensaios sobre literatura e teoria. Rio de Janeiro: F. Alves, 1981. LINS, P. Desde que o samba é samba. São Paulo: Planeta, 2012.