ORIENTAÇÃO: José Carlos Felix

RESUMO: Este trabalho, fruto de um projeto de iniciação científica, busca analisar dois objetos: o romance Filhos e Amantes (Sons and Lovers, 1913) de D.H. Lawrence, e a adaptação cinematográfica de mesmo nome (1960), dirigida por Jack Cardiff. Nos atentamos a duas estratégias experimentais que delineiam a codependência que marca o enredo: a dupla focalização no romance e o protagonismo no filme. Para tal, nos baseamos nos estudos narratológicos de Bal (2009), estilísticos de Leech e Short (2007), cinematográficos de Bordwell e Thompson (2013) e na teoria de adaptação de Bazin (1997). Em termos estruturais, o romance se utiliza primariamente da alternância de focalizações narrativas e discurso direto, criando uma ambiguidade que dissolve a fronteira entre o ponto-de-vista da mãe e do filho; o filme, em preto e branco, constrói o efeito de fusão entre as personagens através de blocking, movimento de câmera e diálogos. Ambos os objetos dão conta de criar co-narrativas, cada um na forma permitida por sua mídia, a saber: o romance mais atrelado à apresentação de pensamento das personagens, e o filme às suas ações.

PALAVRAS-CHAVE: Filhos e Amantes; adaptação cinematográfica; ponto de vista; modernismo em língua inglesa.

REFERÊNCIAS: BAL, M. Narratology: Introduction to the Theory of Narrative. 3. ed. Toronto: University of Toronto Press, 2009. BAZIN, A. Adaptation, or the Cinema as Digest. In: Bazin at Work. New York: Routledge, 1997. BORDWELL, D.; THOMPSON, K. Film Art: An Introduction. 10. ed. New York: McGraw-Hill Education, 2013. LAWRENCE, D. H. Filhos e Amantes. Tradução de Cabral do Nascimento. São Paulo: Círculo do Livro, 1989. LEECH, G.; SHORT, M. Style in Fiction: A Linguistic Introduction to English Fictional Prose. 2. ed. Harlow: Pearson Longman, 2007. Sons and Lovers. Direção Jack Cardiff; Roteiro T. E. B. Clarke e Gavin Lambert. Reino Unido: Jerry Wald Productions; Twentieth Century Fox Film Company, 1960.