ORIENTAÇÃO: Adilson dos Santos

RESUMO: Tendo como base teórica os estudos de Tzvetan Todorov (Introdução à literatura fantástica) e de Filipe Furtado (A construção do fantástico na narrativa), objetiva-se, neste trabalho, o estudo comparativo de três narrativas: “William Wilson” (1839), de Edgar Allan Poe, “Meu sósia” (1938), de Gastão Cruls, e “O duplo” (1927), de Coelho Neto. Como faz notar o arcabouço teórico, os três contos serão analisados pelo viés do gênero fantástico e a espinha dorsal deste estudo residirá em um dos grandes temas deste gênero: o duplo. A leitura das narrativas brasileiras leva o leitor a crer que Cruls e Coelho Neto sofreram possíveis influências de Edgar Allan Poe, principalmente no que diz respeito à narrativa que constituirá o corpus deste trabalho. A partir desta pesquisa, pretende-se relativizar a afirmação de Todorov de que o gênero fantástico “teve uma vida relativamente breve” e que encontrou, no século XIX, “os últimos exemplos esteticamente satisfatórios do gênero” (2004, p. 174-175). As narrativas brasileiras selecionadas para este estudo colocam em xeque tal alegação.

PALAVRAS-CHAVE: fantástico; duplo; Edgar Allan Poe; Gastão Cruls; Coelho Neto.

REFERÊNCIAS: CRULS, Gastão. Meu sósia. In: CAUSO, Roberto de Sousa (org.). Os melhores contos brasileiros de ficção científica. São Paulo: Devir, 2007. p. 49-63. FURTADO, Filipe. A construção do fantástico na narrativa. Lisboa: Livros Horizonte, 1980. NETO, Henrique Maximiano Coelho. O duplo. In: MONTEIRO, Jerônimo (org.). O conto fantástico. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1959. p. 183-189. POE, Edgar Allan. William Wilson. In: POE, Edgar Allan. Edgar Allan Poe: medo clássico. Trad. Marcia Heloisa. Rio de Janeiro: Darkside Books, 2018. p. 31-51. TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. Trad. Maria Clara Correa Castelo. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.