Ao relacionar algumas obras de Gilberto Freyre e Miguel de Unamuno, o texto se detém em dois aspectos: o primeiro deles, diz respeito ao estilo híbrido de ambos autores; o segundo, a maneira como Unamuno concebia a hispanidad fincando-a no castiço, numa perspectiva contrária a de Freyre, que apontava para o caráter mestiço do brasileirismo. Em meio a esta disparidade interpõe-se a obra do historiador hispano-brasileiro Américo Castro, que afirmava que o casticismo espanhol havia negado parte significativa da história peninsular, ao desconsiderar a contribuição de árabes e judeus antes da Reconquista, confrontando-se assim com a perspectiva de Unamuno; e por outro lado, a obra de Castro havia influenciado, ao sugerir três matrizes para a formação cultural espanhola, a concepção mestiça de Freyre. Também será explicitada a diferença disposta por Freyre entre os conceitos de regional e nacional. Freyre enfatiza que nacionalidade é uma abstração conservadora, enquanto o regional não compete com o universal. Como pano de fundo para as aportações supracitadas, a seguinte questão: como é possível falar de nacionalidade em contextos híbridos?
Palavras-chave: Gilberto Freyre; Miguel de Unamuno; cultura; estilo; castiço; mestiço;