Ao longo do século XIX, sobretudo na segunda metade, diversos periódicos dirigidos por mulheres começaram a circular em diferentes regiões do país, divulgando crônicas sociais, poemas, artigos, além de comentários sobre moda dirigidos ao belo sexo. Também reivindicavam melhores condições para as mulheres, primordialmente o acesso à instrução formal e aos direitos civis. Dentre tais periódicos, cito O Jornal das Senhoras (1852), o Belo Sexo (1862), O Sexo Feminino (1875), A Familia (1888) e A Mensageira (1897), os quais, mais do que representarem um espaço de afirmação identitária, consolidaram-se como instrumentos para o desenvolvimento da expressão estética e política de escritoras, além de constituírem redes de apoio entre elas. Reconhecendo esses periódicos como espaço de efervescência cultural no final do Oitocentos, este artigo terá como corpus a revista paulistana A Mensageira (1897-1900), editada em São Paulo por Presciliana Duarte de Almeida, enquanto espaço de divulgação de uma tradição literária feminina (Cf. WOOLF, 1985), objetivando refletir acerca da produção literária feminina no final do século XIX. Para isso, serão de suma importância os estudos de Hollanda (1993), Souza (1998), Cury (1998), Martins (1998), Eleutério (2005), entre outros.
Palavras-chave: A Mensageira. Periódico. Mulheres Escritoras.