Nas últimas décadas, assistiu-se a mudanças significativas naquilo que se consideravam os conteúdos e as abordagens de ensino de língua portuguesa e literatura. A gramática normativa passou a ser questionada e o texto foi apontado como o eixo em torno do qual as aulas de Português deveriam se desdobrar. Mais recentemente, essa ênfase textual ganhou novo reforço com a necessidade de se promover os multiletramentos, os letramentos multissemióticos e de se questionar os letramentos hegemônicos (ROJO 2009). Toda essa multiplicidade textual que converge para aula de língua portuguesa traz em seu bojo uma série de questões: é possível trabalhar com essa variedade textual e ainda achar tempo para literatura? a literatura pode contribuir na formação desse leitor de textos tão diversificados da práxis social? quais são os lugares do texto e da literatura na escola? O presente trabalho debate essas questões procurando também apresentar algumas possibilidades e impossibilidades de se conciliar a perspectiva dos multiletramentos com formação do leitor literário.
Palavras-chave: Letramento literário; Multiletramentos; Ensino de literatura;