Gizelle Kaminski Corso, Josiele Kaminski Corso Ozelame
O tema do ensino da literatura na escola já vem, há algum tempo, gerando férteis debates entre os estudiosos da área, uma vez que não há como falar sobre literatura sem mencionar a leitura. Muitas vezes, o ensino tendencioso de proclamar a literatura apenas como fonte de prazer acaba por se tornar vago, uma vez que ela é, sim, exercício de pensamento, fonte de conhecimento que promove ação, que deve ser pensada e polemizada. Portanto é perigoso centrar seu o estudo apenas no prazer, pois não há garantia de que é possível ensinar o outro a sentir o belo, porque este é gerado a todo instante, seja na observação de uma paisagem, no toque de um objeto, na contemplação de um momento (JOUVE, 2012). Nossa motivação ocorre em virtude de uma série de fatos, dentre eles, o quesito “experiências” – experiência no sentido atribuído por Jorge Larrosa (2002), daquilo que nos fica, nos passa, e não daquilo que, simplesmente, fica ou passa. Experiências vivenciadas na condição de professoras, cursistas, estudiosas, pesquisadoras e, principalmente, de leitoras. Neste sentido, nossa proposta de discussão, embasada especialmente em Barthes (2002), Compagnon (2009), Machado (2011) e Jouve (2012), é tangenciada pelas especificidades já impostas a partir do título, mas com o intuito de questioná-las, melhor dizendo, indagar a respeito de se justificar a leitura da literatura simplesmente pelo prazer. Pretendemos, portanto, apresentar reflexões sobre o esvaziamento dessa resposta.
Palavras-chave: Ensino. Escola. Literatura e prazer.