Geovanna Marcela da Silva Guimarães, Izabela Guimarães Guerra Leal
Em “O eco antropofágico: reflexões sobre a transcriação e a metáfora sanguíneo-canibalesca” (2013), Marcelo Tápia discute como a tradução e a antropofagia são processos equivalentes de apropriação, desconstrução, troca e diálogo. Para enfatizar tal equivalência, o autor tomará a tradução, no que concerne a sua aproximação com a antropofagia, como transfusão sanguínea, onde texto original e texto traduzido serão profundamente transformados, metamorfoseados e modificados. Partindo dessa perspectiva, o objetivo desse trabalho é mostrar como tradução e antropofagia ocorrerão como metáfora sanguíneo-canibalesca em Haroldo de Campos e Herberto Helder. Para isso, a transfusão precisa ser concebida não apenas como troca entre texto original e texto traduzido, mas sim como diálogo e abertura à diferença, conseguidos a partir do momento que o tradutor, para se encontrar com o outro, o estrangeiro, abandona sua identidade.