O romance A Confissão da leoa, de Mia Couto, discorre sobre ataques de leões que aterrorizam Kulumani, uma aldeia moçambicana, os quais têm vitimado principalmente mulheres. No entanto, a narrativa não é uma história de caçadas, uma vez que o autor utiliza os leões como metáfora para denunciar os discursos de poder que regem aquela sociedade e que se refletem, sobretudo, na vida das mulheres. A narrativa é centrada na família Mpepe, formada pelo patriarca Genito, a mãe Hanifa Assulua e as filhas Silência e Mariamar, mulheres que têm suas vidas marcadas pela opressão e pela violência produzida dentro do sistema patriarcal. Essas personagens são caracterizadas pela subalternidade e sofrem o estigma da mulher pós-colonial que foi duplamente marginalizada, relegada ao serviço do homem e ao silêncio. Este trabalho objetiva analisar o discurso pós-colonial e patriarcal na construção de algumas personagens femininas do romance, sendo elas: Silência, Hanifa e Mariamar, tendo como aparato teórico a Crítica Pós-colonial e a Crítica Feminista, a partir de leituras de Lúcia Ozana Zolin, Ana Luiza Amaral e Ana Gabriela Macedo, Gayatri Spivak, Thomas Bonicci.
Palavras-chave: Mia Couto; Representações femininas; Crítica feminista; Crítica Pós-colonial.