De janeiro de 1876 até a data em que a Lei Áurea foi sancionada, a Revista Ilustrada, publicação satírica, política e abolicionista, idealizada pelo caricaturista ítalo-brasileiro Ângelo Agostini, propagou as teses liberais que defendia (a proclamação da República, a separação entre a igreja e o Estado, o incentivo ao desenvolvimento do setor industrial e à lavoura), dedicou parte significativa das matérias nela impressas a causa dos negros: denunciou abusos cometidos por comerciantes, fazendeiros, políticos e policiais escravocratas, bem como a politicagem, ou seja, as manobras políticas cometidas por integrantes do governo. Em suas páginas pouco ou nenhum espaço foi reservado à literatura. Entretanto, a partir da vitória abolicionista ocorrida em 13 de maio de 1888, a revista passou a divulgar número significativo de textos literários (contos, poemas, capítulos de romances, crônicas teatrais etc). Este artigo tem por objetivo refletir sobre alguns desses textos, verificando as temáticas neles tratadas, as relações que podem ser estabelecidas entre os autores dos textos literários disseminados na revista e o idealizador da mesma, ademais, apresentar aos leitores e estudiosos atuais um pouco do segmento literário divulgado pela Revista Ilustrada a seu público, entre os anos de 1888 a 1898.
Palavras-chave: Literatura. Revista Ilustrada. Século XIX.