Samantha Costa de Sousa (UFPa), Luis Heleno Montoril del Castillo (UFPa)
De acordo com o pensamento de Schopenhauer, o sofrimento é necessário e inevitável para a vida humana, se origina justamente no conflito entre o indivíduo e sua consciência de si. O ciclo constante entre a vontade e a impotência de suprí-la gera no homem o sentimento de angústia. É sob esta vereda que travamos um elo comparativo entre as obras Chove nos Campos de Cachoeira, de Dalcídio Jurandir, e Memórias do Subsolo, de Dostoievski. Através de uma análise comparativa entre as personagens principais de ambas as obras é possível perceber que se configuram semelhanças em suas personalidades, nas suas ações e até mesmo nas suas formas de ver e construir o mundo, mesmo que estejam nelas implantados os reflexos de sociedades diferentes; enquanto que Memórias do subsolo é uma obra russa, criada em meados de 1864, Chove nos Campos de Cachoeira é uma obra amazônica que remonta dos anos de 1930. Percebe-se que apesar das diferentes culturas que as separam, as mesmas se aproximam ao analisar tão de perto o ser humano, ao mostrar suas angústias perante a existência.