Rodrigo Rodrigues Malheiros (UEPB), Orientador: Diógenes André Vieira Maciel (UEPB)
No teatro dialético, texto e cena articulam, de maneira conjunta, a construção da peça. Assim, o processo de composição, no qual se articulam dramaturgia e encenação, em chave dialética, constrói um teatro que, desamarrado do “colete de couro” do paradigma dramático, ao qual o teatro foi confinado por tempos, expõe as contradições presentes no contexto das dinâmicas sociais, problematizando-as.Quebra-Quilos, peça do Coletivo de Teatro Alfenim, estreada em dezembro de 2007, trata-se, em linhas dramáticas, de uma mãe (Joaquina) que caminha com a filha Floriana rumo à Campina Grande, província da Parahyba em meados de 1874, cuja época e lugar tornaram-se lugar de episódios relacionados à revolta popular do Quebra-Quilos. Ao mesmo tempo em que o desenrolar do fio dramático segue sua jornada, a revolta se configura contra as imposições das forças do Império, que estabelece a mudança das medidas das coisas, fazendo o conflito brotar no eixo épico-narrativo. Esse trabalho procura articular a tensão entre épico e dramático, numa perspectiva dialética, a fim de atar teatro, história e crítica. O passado como possibilidade de uma visão crítica distanciada, em termos épicos, a possibilitar enxergar o momento em que estamos inseridos.
Palavras-chave: teatro dialético, épico/narrativo, dramaturgia/encenação