Anais
RESUMO DE ARTIGO - XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
Parteiras afro-indígenas em colocações de seringa na Amazônia
Joely Coelho Santiago (Universidade Federal do Acre)
Na perspectiva de vislumbrar parte do universo feminino, este trabalho tem como objetivo visibilizar atividades realizadas por parteiras afro-indígenas em colocações de seringa na Amazônia Sul-Ocidental brasileira, especificamente na região do/no Vale do Guaporé-RO, fronteira Brasil Bolívia. Este estudo se justifica mediante possibilidade de registrar conhecimentos ancestrais praticados pelas parteiras na Mata amazônica associados às outras atividades produtivas e domésticas, assim como destacar suas contribuições no contexto social, econômico e cultural nas/das comunidades afro-indígenas da região específica. As mulheres, dentro das colocações de seringa, foram as principais responsáveis pela saúde dos membros familiares com preparos de chás, garrafadas, banhos e unguentos feitos a partir de plantas medicinais colhidas da própria Mata, pois era muito comum surtos de malária, sangramentos, problemas na visão, infecções e etc., além de rezas e benzimentos feitos por essas mulheres parteiras-seringueiras afro-indígenas. Dito isto, através de narrativas orais de vida e levantamento bibliográfico – Hampâté Bâ (1982); Benchimol (1999); Simonian (1995); Homi Bhabha (1998); Gayatri Spivak (2010); Patrícia Collins; Sirma Bilge (2020) (2020) dentre outro/as referente à temática – buscou-se evidenciar as experiências de parteiras da/na região repassadas de geração a geração entre mulheres mais experientes e mais jovens. Os resultados contribuem para interpretar o trabalho de parteiras afro-indígenas conjunta com outras atividades, seja no corte, coleta e defumação da borracha (atividades produtivas) seja na agricultura de subsistência, no cuidado da família, no período de resguardo e demais atividades ditas como domésticas.
Palavras-chave: Amazônia; Vale do Guaporé; Parteiras; Afro-indígenas.
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