Patricio de Albuquerque Vieira Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Visto como temática complexa, o corpo é objeto de estudo de diversos pesquisadores, historiadores, antropólogos, filósofos, entre outros. Durante muito tempo, as discussões sobre o corpo tomaram como base os traços biológicos, desconsiderando a vivência corporal do indivíduo e as restrições morais, sexuais e físicas que lhe eram pertinentes, fixando-o na dicotomia corpo/mente do modelo cartesiano. Mais tarde, é conferido ao corpo o estatuto de produto sociocultural e psíquico. Discutir o corpo como produto cultural é, concomitantemente, um desafio e uma necessidade. Desafio porque desfaz a concepção naturalista sobre a qual o corpo é explicado, observado e classificado. Necessidade porque ao desnaturalizar o corpo desvenda que é ele, acima de tudo, histórico, denunciando a situação em que a mulher ocupa na sociedade. Nessa direção, este trabalho tem como objetivo refletir sobre a submissão e a construção do corpo disciplinado de Tereza Batista, protagonista da obra Tereza Batista cansada de guerra (1972), de Jorge Amado. Para embasar este estudo utilizaremos os pressupostos teóricos de Michel Foucault (2012), Elódia Xavier (2007) e Pierre Bourdieu (1999).