Busca-se em Erich Maria Remarque (1898-1970) em Nada de novo no front (1929) e Guimarães Rosa (1908-1967) nas crônicas “O mau humor de Wotan”, “A velha” e “A senhora dos segredos”, presentes em Ave, palavra (1970). Discutir os principais eventos de terror do século XX (as duas Guerras mundiais e o Holocausto) sob a noção de tradução benjaminiano. Nesta perspectiva as Literaturas elegidas conduzem para uma leitura que pode dar voz aos que sofreram as imposições e violências, proporcionados pelos regimes autoritários e guerras. No entanto, pela via da experiência estética jaussiana o leitor não se encontra submisso, a experimentar as obras literárias citadas, sob a batuta da tradução das realidades caóticas representadas por Guimarães Rosa e Remarque, sendo conduzido necessariamente pela identificação com os que foram vitimas da agressão. É fundamental compreender como os textos literários em questão traduzem a realidade totalitária de conflitos do século passado não como meras representações, mas, como reflexo das fraturas da realidade vigente em questão (imposição ideológica, violência, autoritarismo, etc.) e que há na experiência estética a possibilidade de prazer mesmo mediante estas condições.
Palavras-chave: Nada de novo no front, Ave, palavra, Estética da Recepção