Cínthia de Oliveira Bastos, Marcos Frederico Krüger Aleixo
Faz parte da cultura do caboclo amazônico eternizar suas manifestações folclóricas, suas narrativas e seus costumes através da oralidade. Faz isso porque, enquanto humano, busca uma forma de registrar, tornar eterna sua existência. Esse costume teve início nos povos primitivos que aqui viviam – os indígenas. Não me reporto aos que ainda se fazem presentes, mas aos que aqui estavam na época do “descobrimento” do Brasil. Muitas das narrativas foram registradas no papel, outras somente na memória, e por isso, talvez, possam se perder com o passar do tempo. Para evitar essa perda surge a palavra arquivo, mas como e para quê arquivar? Essas respostas e outros assuntos pertinentes serão abordados neste artigo que traz um resultado parcial de narrativas orais coletadas na Comunidade Ribeirinha do Julião, localizada a 25 km do centro de Manaus. E tem como objetivo discorrer sobre duas narrativas encontradas, o primeiro lugar em que elas são guardadas – a memória, e seus possíveis registros até então. Para tanto, farei uso dos pressupostos teóricos de Derrida e de outros que julgar necessários.
Palavras-chave: Narrativa oral, Memória e Arquivo, Comunidade do Julião