Anais
RESUMO DE ARTIGO - XVIII CONGRESSO INTERNACIONAL ABRALIC
A DRAMATURGIA DE VALTER SOBREIRO JUNIOR: DESLINDANDO OS FIOS PERFORMÁTICOS DE "UM INFELIZ JOVEM REI"
Wagner Corsino Enedino (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS))
O teatro tem como fundamento a experiência de vida: ideias, conhecimentos e sentimentos. A ordenação desses conteúdos, de forma individual e grupal, é fundamental para a concepção de dramaturgia. Nessa ordem, o ato de dramatizar está potencialmente ligado a cada ser humano, como uma necessidade que transcende a compreensão e representação da realidade. Cada peça de teatro cria e recria um determinado universo de referência, onde se inscrevem os personagens, seus traços particularizadores e suas esferas de ação. A partir da década de 1960, o processo da renovação da linguagem teatral (aliado às transformações de ordem econômica, política e social) trouxe subsídios para a criação de novas e potenciais possibilidades de realização cênica no Brasil. Acompanhando esse processo, o discurso teatral vem sendo alvo de estudos sistemáticos no universo acadêmico, seja no plano da forma, seja no plano do conteúdo. Reflexões desde Aristóteles até a ruptura com o teatro tradicional, sobretudo nos moldes da chamada “peça bem-feita”, são pontuados em trabalhos científicos. Nesta comunicação, o destaque é a obra "O infeliz jovem rei", primeira peça do dramaturgo gaúcho Valter Sobreiro Junior, datada de 1962. Dividida em dois atos e seis cenas, o drama "O infeliz jovem rei" estreou em 1963 no 2º Festival de Teatro de Pelotas, atingindo considerável sucesso, o que rendeu a Sobreiro Junior vários prêmios. Por meio da materialidade do texto dramático, podemos pensar em suas implicações e desdobramentos para a compreensão do autor e, por extensão, de sua produção cultural. Com efeito, "O infeliz jovem rei" possibilita ao leitor/espectador refletir sobre a condição de “ser e estar no mundo” a partir das inquietantes e instigantes batalhas (com um plus de existencialismo sartriano) que o jovem príncipe (depois rei) trava consigo mesmo.
Palavras-chave: Teatro brasileiro contemporâneo; Dramaturgia; Personagem; Valter Sobreiro Júnior
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